Os frutos de Castanheiro-da-Índia são verdes e espinhosos,
e contêm no máximo 3 sementes
Est. de Sta. Luzia, Viana do Castelo (Maio 2007)
Parte utilizada
Sementes. Actualmente utilizam-se sobretudo as sementes (Castanha-da-Índia), por possuírem teores mais elevados de saponósidos. Também têm sido utilizadas as cascas dos ramos novos, as folhas e as flores, embora a sua eficácia não esteja devidamente comprovada.
Composição
Em fitoterapia, os efeitos terapêuticos de uma planta resultam da sinergia dos seus constituintes. No entanto, a investigação realça os saponósidos triterpénicos (escina) e os heterósidos hidroxicumarínicos (esculósido). São ainda de referir os flavonóides, taninos, proantocianidinas, pectina, mucilagem, óleo gordo, amido em grande quantidade (40 a 50%), vitaminas B1 e K.
Acções medicinais
Uso interno
Adstringente, contrai os tecidos, os capilares e os orifícios, diminuindo as secreções das mucosas. Hemostática, detém as hemorragias favorecendo a coagulação do sangue. Vasoconstritora e venotónica, contrai os vasos sanguíneos e melhora a elasticidade e tonicidade das paredes venosas. Actua sobre os vasos do endométrio. Aumenta a resistência dos capilares e diminui a sua permeabilidade e fragilidade (acção vitamínica P). Contribui para a reabsorção dos edemas, reduzindo o inchaço (antiedematosa). Anti-inflamatória, actua na fase inicial da inflamação, inibindo a produção endógena de prostaglandinas inflamatórias e combatendo a formação do edema (antiexsudativa). Antitrombótica. Antioxidante.
Uso externo
Adstringente. Vasoconstritora e venotónica. Acção vitamínica P. Antiedematosa. Anti-inflamatória, antiexsudativa. Antitrombótica. Antioxidante e protectora solar. Ao beneficiar a circulação venosa e a circulação local, tem uma acção estimulante sobre as peles envelhecidas, tonificando e melhorando a elasticidade do tecido cutâneo, e inibindo a progressão de rugas, estrias e olheiras.
A farinha das sementes obtida por moagem torna a pele mais brilhante.
Indicações terapêuticas
Uso interno
Insuficiência venosa crónica dos membros inferiores (edema, dor, sensação de peso, fadiga ou tensão nas pernas, cãibras nocturnas nas barrigas das pernas, prurido) e outras afecções do sistema circulatório (flebites, varizes, hemorróidas, úlceras varicosas, tromboses, fragilidade capilar, frieiras). Pode ter um efeito preventivo ajudando a reduzir os riscos de flebites, por exemplo, em voos de longo curso. Na hemoptise e para reduzir o fluxo menstrual abundante. Hipertrofia da próstata.
Uso externo
Insuficiência venosa crónica dos membros inferiores e outras afecções do sistema circulatório. Celulite. Acne-rosácea. Feridas, cortes e arranhadelas. Dores musculares, nevralgias, lesões desportivas (tendinites, luxações). Peles sensíveis e peles envelhecidas (rugas, estrias, olheiras). Em bronzeadores e nas queimaduras solares.
Odemira (Julho 2006)
Como tomar
Uso interno
Normalmente, a Castanha-da-Índia não é utilizada em tisana mas sim em extractos (gotas, tónicos, cápsulas, comprimidos, etc.). É frequentemente associada a outras plantas de forma a potenciar a sua acção.
Na insuficiência venosa crónica o tratamento é seguro e eficaz, no entanto, por ser demorado deve ser feito durante vários meses para se obterem resultados visíveis. Pode ser associada à Gilbardeira, Hamamélia e Arnica, entre outras plantas. Pode ser benéfico associar outras medidas não invasivas como a compressão elástica (meias de descanso) ou tratamentos com água fria.
Na hipertrofia da próstata pode ser associada à Vara-de-ouro e às Malvas.
Os tratamentos prolongam-se por 3 meses, não devendo exceder os 6 meses.
Uso externo
Pode ser utilizada na forma de cozimento. No entanto, actualmente é mais utilizada em extractos (cremes, geles, bálsamos, etc.). É frequentemente associada a outras plantas de forma a potenciar a sua acção.
Na insuficiência venosa crónica e outras afecções do sistema circulatório a utilização tópica da planta é adjuvante do seu uso interno, pois é este que garante os níveis terapêuticos mais elevados da planta no organismo.
Receita: Emplastro de Castanhas-da-Índia
q.b. Castanhas-da-Índia, consoante a área a tratar
Cozem-se as Castanhas-da-Índia num pouco de água durante 30 minutos. Retiram-se da água, descascam-se, esmagam-se e deixam-se arrefecer.
Indicações: Nas frieiras: aplicar topicamente e tapar com um penso, de preferência à noite.
Precauções
Não são conhecidas contra-indicações da utilização terapêutica da Castanha-da-Índia. No entanto deve evitar-se durante a gravidez, aleitamento e em crianças com idade inferior a 10 anos.
Deve ter-se em atenção que pode potenciar a medicação anticoagulante (devido aos heterósidos hidroxicumarínicos).
Os efeitos secundários são ligeiros e pouco frequentes. Devido aos taninos e aos saponósidos, pode causar alguma irritação no tracto gastrintestinal, náuseas ou desconforto gástrico, que desaparece em formas galénicas de libertação controlada. Foram ainda referidos prurido, dores de cabeça e vertigens.
Quando colhidas, as Castanhas-da-Índia não devem ser ingeridas por apresentarem uma certa toxicidade (que se manifesta através de náuseas violentas), sobretudo se não estiverem completamente maduras.
Formulações muito concentradas ou a utilização continuada da planta aumentam os riscos de sensibilização alérgica (eczema de contacto), nomeadamente em peles sensíveis.
Observações
São de referir as monografias da OMS (World Health Organization), sementes maduras secas de Aesculus hippocastanum L., ESCOP (European Scientific Cooperative on Phythoterapy) e Comissão E Alemã (da German Federal Office for Phytotherapeutic Substance).
O Castanheiro-da-Índia, bem como o Castanheiro-da-Índia-de-flores-vermelhas, Aesculus x carnea Hayne, são utilizados em Terapia Floral (Florais de Bach).
Pormenor das flores de Castanheiro-da-Índia-de-flores-vermelhas
Praça 1º de Maio, Viana do Castelo (Abril 2007)
Este blogue apenas pretende sensibilizar para a observação das plantas medicinais e divulgar a sua utilização, não tendo a intenção de promover a auto-medicação nem a colheita de espécies.
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